Trabalhadores verificam tanques de oxigênio em um hospital em Manaus, Brasil. A grave escassez de oxigênio, devido ao surgimento de uma segunda onda de coronavírus, levou as autoridades locais a transportar pacientes para outras partes do Brasil.
Escrita Por: Administração | Publicado: 4 years ago | Vizualizações: 43 | Categoria: Saúde
ack em abril, o COVID-19 atingiu a cidade de Manaus, Brasil, com extrema força. Na verdade, o surto ali foi provavelmente o pior do mundo. Um estudo, publicado na revista Science, estimou que tantas pessoas foram infectadas que a cidade poderia ter alcançado a imunidade coletiva - que o surto ali diminuiu porque até 76% da população tinha proteção contra o vírus.
Agora, a cidade de Manaus está vendo outro aumento maciço de casos. Desta vez, o surto parece ainda maior que o primeiro, diz Marcus Vinicius Lacerda, médico infectologista da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, em Manaus. “Você tem muito mais pessoas infectadas e isso inclui pessoas dentro de suas famílias [de pacientes recém-diagnosticados]”, diz ele.
O aumento é tão grande que os hospitais ficaram sem oxigênio, e os pacientes em ventiladores, que precisam de oxigênio extra para respirar, literalmente sufocaram em leitos hospitalares. “Estou com muito medo. Estou vendo muita gente morrendo, gente que deveria ter um apoio melhor nos hospitais”, diz Lacerda.
De muitas maneiras, esse ressurgimento em Manaus não parece fazer sentido, porque uma proporção tão grande da população foi infectada na primavera passada. Em teoria, esses pacientes anteriores deveriam agora ser imunes ao coronavírus. Então, por que a cidade está tendo um aumento tão grande?
A resposta pode estar em uma variante recém-descoberta.
Na semana passada, cientistas no Brasil detectaram uma nova variante genética do coronavírus que circula em Manaus desde pelo menos dezembro e provavelmente está alimentando o segundo aumento. Chamada de P1, a variante possui um conjunto de cerca de 20 mutações, incluindo três mutações que são particularmente preocupantes. Essas mutações podem tornar o vírus mais infeccioso e, possivelmente, diminuir a eficácia das vacinas contra a variante.
Há evidências crescentes de que novas variantes genéticas do coronavírus - especificamente, aquelas que circulam na África do Sul e em torno de Manaus, Brasil - podem ser capazes de escapar do sistema imunológico do corpo. Ambas as variantes têm três das mesmas mutações na região do vírus que se liga a células humanas e a alguns anticorpos (especificamente, K417N, E484K e N501Y). As mutações diminuem a capacidade de alguns anticorpos de reconhecer e neutralizar o vírus, informou uma equipe de cientistas na terça-feira em um estudo sobre a variante sul-africana. Especificamente, os cientistas analisaram se a variante da África do Sul poderia ser neutralizada pelo plasma sanguíneo, que contém anticorpos, retirados de pessoas infectadas com versões mais antigas do vírus. Em 21 das 44 amostras, a nova variante era resistente à neutralização pelo soro plasmático.
E assim, as mutações nessas novas variantes podem tornar mais fácil para algumas pessoas obter o COVID-19 uma segunda vez, diz o virologista Ravi Gupta da Universidade de Cambridge. “Sabemos que você pode ser reinfectado mesmo com a mesma versão do vírus”, diz ele. As mutações podem diminuir ainda mais a barreira de resistência.
Não se sabe ainda o quão comum esses tipos de reinfecções serão, diz Gupta. Eles podem ser raros. Mas as reinfecções podem aumentar com o passar do tempo - e a imunidade de uma pessoa ao vírus diminui naturalmente, acrescenta.
"O resultado final é que ainda não sabemos o que está causando o aumento em Manaus", disse o virologista Jeremy Luban, da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts. "Os cenários com os quais as pessoas estão preocupadas são plausíveis e são motivo de preocupação."
Mas o Dr. Lacerda, de Manaus, acredita que as reinfecções estão de fato por trás do segundo surto lá, e ele está preocupado com as reinfecções que irão alimentar surtos mortais em outras cidades ao redor do Brasil se a vacinação generalizada não ocorrer rapidamente. A vacinação ainda vai funcionar, ele acredita, mas a eficácia pode ser diminuída. E ele acha que se as pessoas tivessem sido vacinadas mais cedo, o aumento não teria sido tão ruim.
“Manaus é apenas um farol que aponta para o que pode acontecer no resto do país”, afirma. E talvez o que possa acontecer no resto do mundo.
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