Cientistas Dão Passo em Frente na Vacina do HIV: Já há um Imunógeno Capaz de Produzir Anticorpos

Um estudo, publicado na revista científica ‘Nature Communications’, revelou uma promessa de usar um trímero único nativo para desenvolver anticorpos neutralizantes de nível 2 – essenciais para combater o HIV em ratos de laboratório pela primeira vez.


Escrita Por: Administração | Publicado: 3 years ago | Vizualizações: 43 | Categoria: Saúde


Anteriormente, a obtenção destes tipos de anticorpos usando vacinas candidatas exigia períodos de experiência longos e caros, em grandes modelos animais, criando um problema significativo no desenvolvimento de vacinas contra o HIV-1.

Os investigadores codificaram o trímero nativo em ADN para entrega em ratos de laboratórios, o que traz como vantagem, a transformação dos corpos hospedeiros em fábricas de antígenos. Comparados os resultados dos ratos que receberam o trímero nativo e os ratos que receberam uma imunização de proteína padrão, observou-se que apenas os ratos com o trímero desenvolveram anticorpos neutralizantes de nível 2.

Daniel Kulp, professor associado do Centro de Vacinas e Imunoterapia do The Wistar Institute, e autor do artigo, afirmou que com essa descoberta, abri-se as portas para a vacinologia rápida e iterativa num modelo que pode produzir anticorpos neutralizantes de nível 2, permitindo o desenvolvimento de conceitos mais avançados de vacina contra o HIV.

“A estrutura dá-nos uma visão incrível de como esse anticorpo é capaz de neutralizar o vírus”, garantiu Kulp, acrescentando que, “pela primeira vez, podemos traçar estratégias sobre como projectar novas vacinas que podem gerar respostas de anticorpos amplamente neutralizantes ao epítopo C3V5”.

“O que fizemos foi permitir a ‘automontagem’ direta in vivo de imunógenos estruturalmente projetados, que são desenhados e entregues ao usar tecnologia de ácido nucleico, dentro do animal vacinado. Os nossos dados demonstram a indução de neutralização autóloga de nível 2 e ilustram o valor da abordagem como uma ferramenta para criar imunidade adaptada cirurgicamente contra locais vulneráveis de um patógeno difícil, neste caso o HIV”, finalizou David B. Weiner, vice-presidente executivo e diretor do Centro de Vacinas e Imunoterapia.

O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana, ou human immunodeficiency virus na versão inglesa) vitimou cerca de 36,3 milhões de pessoas em todo o mundo quase quatro décadas após a sua descoberta. E ainda não há vacina à vista. No entanto, estão a ser dados novos passos para o desenvolvimento de uma vacina, segundo apontou um estudo realizado por investigadores do ‘The Wistar Institute’, líder internacional de pesquisa biomédica em cancro, imunologia, doenças infeciosas e desenvolvimento de vacinas.

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