Coronavírus: receios de fornecimento de vacinas crescem em meio à ameaça de exportação da UE

A AstraZeneca e a Pfizer-BioNTech disseram que os problemas de produção significam que não podem fornecer os números esperados.

A UE alertou que pode restringir as exportações de vacinas feitas no bloco, com o ministro da Saúde da Alemanha exigindo "distribuição justa".

O ministro da vacina do Reino Unido alertou para "o beco sem saída do nacionalismo vacinal".

A AstraZeneca é produzida principalmente no Reino Unido, enquanto os suprimentos do Reino Unido da vacina Pfizer-BioNTech vêm da fábrica da empresa na Bélgica.

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O fornecimento de vacinas tornou-se uma questão crítica à medida que as nações buscam conter as altas taxas de infecção.

Separadamente, o ministério da saúde alemão juntou-se à AstraZeneca ao negar veementemente alguns relatos na mídia alemã de uma taxa de eficácia mais baixa de sua vacina entre os idosos.

Quais são os receios de abastecimento?

Na semana passada, a AstraZeneca disse à UE que estava ficando para trás em sua meta de abastecimento devido a problemas de produção e a Pfizer-BioNTech também disse que o abastecimento de sua vacina será menor.

Em resposta, a Comissária de Saúde da UE, Stella Kyriakides, disse agora que as empresas que fabricam vacinas Covid no bloco terão que "fornecer uma notificação antecipada sempre que quiserem exportar vacinas para terceiros países".

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Ela disse que o bloco de 27 membros da UE "tomará todas as medidas necessárias para proteger seus cidadãos".

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, apoiou seu apelo, dizendo: "Não se trata da UE em primeiro lugar, trata-se do quinhão da Europa".

A chanceler Angela Merkel disse à versão virtual do Fórum Econômico Mundial anual, geralmente realizado em Davos, que deveria haver uma "distribuição justa" em todo o mundo.

A chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse anteriormente ao fórum: "A Europa investiu bilhões para ajudar a desenvolver as primeiras vacinas Covid-19 do mundo. E agora, as empresas devem entregar. Devem honrar suas obrigações".

A linha pode afetar o fornecimento para o Reino Unido da vacina Pfizer-BioNTech.

Em resposta aos comentários da UE, o ministro do Reino Unido para a distribuição de vacinas da Covid, Nadhim Zahawi, disse na terça-feira que os suprimentos estavam "apertados" e alertou contra o que chamou de "beco sem saída do nacionalismo de vacinas", acrescentando: "Ninguém está seguro até o todo o mundo está seguro. "

Ele disse estar confiante de que o Reino Unido receberá doses suficientes para cumprir suas metas - uma primeira dose para 15 milhões dos mais vulneráveis ​​até meados de fevereiro e para oferecer a todos os adultos sua primeira dose até o outono.

A UE já enfrentou críticas pela lenta distribuição de vacinas, que compra em nome de todos os estados membros.

Por que a UE está zangada com a AstraZeneca?
A Sra. Kyriakides tuitou que as conversas de segunda-feira com a AstraZeneca "resultaram em insatisfação com a falta de clareza e explicações insuficientes".

Ela disse que a UE havia solicitado "um planejamento detalhado das entregas de vacinas" e que a próxima reunião com a empresa será realizada na quarta-feira.

A AstraZeneca, uma multinacional sueca-britânica com sede na Inglaterra, disse que está "fazendo tudo o que pode para levar sua vacina a milhões de europeus o mais rápido possível".

A vacina AstraZeneca já está sendo usada no Reino Unido, mas ainda não foi aprovada pela UE, embora a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) deva dar luz verde no final deste mês.

O bloco fechou em agosto um acordo de 300 milhões de doses, com opção de mais 100 milhões. A UE esperava que, assim que a aprovação fosse dada, a entrega começasse imediatamente, com cerca de 80 milhões de doses chegando às 27 nações até março.

Na semana passada, a AstraZeneca disse que "rendimentos reduzidos em uma fábrica dentro de nossa cadeia de fornecimento europeia" significava que o número de doses iniciais para os estados membros da UE seria menor.

As autoridades não confirmaram publicamente o tamanho do déficit, mas a agência de notícias Reuters informou que as entregas seriam reduzidas para 31 milhões - um corte de 60% - no primeiro trimestre deste ano.

Uma planta parceira da AstraZeneca na Bélgica envolvida no processo do "vetor viral" - a entrega de material genético nas células - é considerada o problema.

Mas um membro alemão do Parlamento Europeu, Peter Liese, disse à agência de notícias Reuters que a declaração de que havia dificuldades na cadeia de abastecimento da UE, mas não em outro lugar, era "frágil" e que não deveria haver "nenhum problema para levar a vacina do Reino Unido para o continente".

Autoridades europeias familiarizadas com a reunião UE-AstraZeneca de segunda-feira disseram que a empresa se ofereceu para antecipar as entregas em uma semana até 7 de fevereiro, mas isso não significa um aumento no fornecimento para o trimestre.

O Serum Institute of India também produz uma grande quantidade de jabs AstraZeneca, mas não tem planos imediatos de desviar para a UE.

Outras nações, incluindo Austrália e Tailândia, disseram que também foram informadas de uma queda no fornecimento da AstraZeneca.

Como o impulso da UE é afetado?
A redução da AstraZeneca é um golpe sério na esteira da declaração da Pfizer-BioNTech.

A Pfizer-BioNTech disse na semana passada que estava atrasando os embarques nas próximas semanas por causa do trabalho para aumentar a capacidade de sua fábrica na Bélgica.

A UE encomendou 600 milhões de doses de Pfizer-BioNTech, que já está sendo usado em pacientes em todo o bloco.

Ursula von der Leyen prometeu inocular 70% dos adultos na UE até o final de agosto.